|     Escrito por Da Redação      |   
|     Ter, 14 de Setembro de 2010 17:53   |   
|     Numa iniciativa inédita, um   grupo de pais de crianças autistas criou a Revista Autismo, primeira   publicação a respeito do assunto na América Latina e a única em língua   portuguesa no mundo. Tudo isso somente com trabalho voluntário e doações. A   revista é gratuita, de circulação nacional e foi lançada neste mês (setembro   de 2010).  Não   bastasse essa conquista, que no caro e complexo mercado editorial pode-se   dizer que é um verdadeiro milagre, a revista também inova usando, em sua   versão impressa, QR-Codes (selos de integração de mídia que podem ser lidos   por câmeras de celulares) para ampliar os assuntos abordados remetendo o   leitor a material extra, como textos, vídeos e outros sites. Cada artigo ou   reportagem que tem material extra, tem seu QR-Code.  O grupo   de pais que criou a revista não se conhece pessoalmente, apenas através da   internet, onde participam de listas de discussões por e-mail sobre a síndrome   que acomete seus filhos: o autismo. “Temos um dos pais que tem uma gráfica,   em Santa Catarina, e quando sugeri a ideia da revista, ele pediu doação de   papel a seus fornecedores, o que foi prontamente atendido”, conta o   publicitário e artista plástico Martim Fanucchi, idealizador da Revista   Autismo, sobre o momento que viu a viabilização do que era apenas um sonho. Waldemar   Casagrande, o Zinho, colocou sua gráfica catarinense, a Otomar, à disposição   da publicação. “Quando o jornalista Paiva Junior topou ser o editor-chefe da   revista, em abril deste ano, era o que faltava para iniciarmos o projeto de   vez e com profissionalismo”, comemora Fanucchi com o primeiro exemplar da   revista na mão, o número zero. Em   busca de patrocínio Todo o   processo de produção da revista foi feito com trabalho cem por cento   voluntário, desde os artigos de renomados profissionais da área, até o   processo de revisão e distribuição da revista. A   revista teve uma quantidade significativa de exemplares impressos, porém, a   demanda foi maior que o dobro do que havia sido feito. Faltou revista. O que   demonstra o sucesso do “empreendimento” mesmo antes de que soubesse se o   conteúdo era realmente bom. Um retrato da sede por informação sobre o   transtorno do espectro do autismo no Brasil. O projeto busca agora uma ou   duas grandes empresas para patrocinarem as próximas edições e consolidarem a   publicação, que está estimada num custo anual de R$ 160 mil, para edições   trimestrais. A   reportagem de capa da edição de lançamento cita a preocupante estatística do   CDC (Center of Disease Control), dos Estados Unidos: uma em cada 110 crianças   tem autismo -- número muito maior em crianças que a AIDS, o câncer e o   diabetes. E a manchete de capa ainda questiona: “E aqui?”, referindo-se ao   Brasil não ter estatísticas a respeito do autismo -- nem mesmo no atual censo   do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) há qualquer   pergunta sobre a síndrome. O   objetivo da Revista Autismo é levar informação séria e de qualidade para pais   e profissionais em todo o Brasil e até mesmo fora dele -- a versão online da   revista terá traduções para o inglês e o espanhol, além de estarem firmando   parcerias para desenvolver o lançamento da revista em outros formatos   digitais, como os e-books (livros eletrônicos) -- já há versão em formato   PDF, compatível com diversos leitores de livros digitais -- e aplicativos   para smartphone e tablets, como uma versão já em desenvolvimento para Apple   iOS (iPhone, iPad e iPod Touch). Não custa lembrar que tudo isso é gratuito e   está sendo produzido sem qualquer investimento financeiro, apenas com   voluntariado. O site   da revista é RevistaAutismo.com.br (hospedado pelo patrocinador   Hostnet.com.br) e tem a publicação na íntegra, sem restrições, além de   material extra.  |   
